segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Tabu

Havia uma porta aberta na casa-celeste de Ursa e imergiam através dela meses de agosto intermináveis, incontáveis, intransigentes, tempestuosos mas ao mesmo tempo misticamente ingênuos. Eram só meses de agosto...!
esse ano Ursa escancarou a porta por que viu que era só crescer e perceber que agostos podem acontecer a qualquer porta. Não só nas de 31 dias.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Perifeérico - diário de bordo - anotação 01

Tudo começou quando eu assisti ao espetáculo "III" (de uma companhia sem nome mas convencionalmente chamada de Atores independentes) no ano passado no Festival brasileiro de teatro. Nunca mais tinha assistido algo que tivesse me tocado tanto no sentido do tesão à vontade de fazer. A poética, a estética e o trabalho denso dos atores no espetáculo me chamaram muito a atenção. Fiquei realmente encantado com o trabalho e foi a primeira vez que vi o Rafael na vida.
Depois foi o "6 meses aqui" que me fez mais uma vez ficar estupefato com o trabalho num sentido geral, e assumindo um teatro que eu particularmente gosto muito: sem muita dependência cênica quanto ao espaço, iluminação, etc, e onde o jogo das atrizes era o que dizia o que era e o que não era. Fiquei muito emocionado. O baque foi tamanho que eu acabei caindo doente no dia seguinte, acometido por uma febre delirante causada por uma inflamação das amigdalas e da faringe. Mas esses dois espetáculos foram fundamentais pro que eu quero começar a fazer hoje. Agora. Nascer e morre a cada segundo.
Não lembro como conheci o Rafael...mas aí ele acabou entrando no processo de um curta que a gente tá trabalhando até hoje, do mesmo jeito capenga e apaixonado que a gente faz teatro. "uma câmera na mão e uma idéia na cabeça". Em certo momento do trabalho ele me convidou pra fazer parte de um processo com um texto autoral chamado "Perifeérico" que ele já estava montando. Eu fiquei com um pé atrás, por estar planejando começar um processo com o Lucas e com a Ana, mas como nada é certo nesse mundo, aceitei. Ele me entregou o texto, mas só fui lê-lo de fato um pouco antes de nós realizarmos nosso primeiro encontro, mais por falta de tempo e preguiça que por desinteresse. O texto é incrível, e o personagem caiu como uma luva. (deixo claro que isso pode ser uma faca de dois gumes pra/o mim/ator)
A montagem vai ter como base o pra construção o trabalho com as máscaras, o clown, e também referência na comédia Del'arte. Estaremos ensaiando no prédio do SIT (Sistema Integrado de Teatros) ás Segundas, Quartas e Sextas-feiras pra adiantarmos o processo.

Nos encontramos pela primeira vez nessa segunda-feira(09/08) na Etdufpa, conversamos um pouco, e só estávamos esperando o Renato Torres (que escreveu o poema "Perifeéricos" o qual Rafael se baseou pra começar a escrever [e que coincidentemente foi musicado pelo meu pai]) chegar pra irmos pro SIT, pra conversar e começar a definir a questão da musical. Uma questão foi jogada pelo Rafael: ele quer um espetáculo onde haja música acústica, que dê tom ao espetáculo mas que não se pareça com um musical. Vamos ver como isso vai ser resolvido. O Renato não vai poder nos acompanhar agora no início, iremos trabalhar com indicações dele, que serão acompanhadas pela Gabi que tem um tato mais técnico pra música. A primeira indicação que ele nos passou foi ouvir tudo (Como estou ouvindo agora esse teclado, esse mouse e esse cachorro do vizinho latindo).
Nós também começamos a ler o texto, a Krishna já tinha uma cena pronta por já estar no processo, na opinião do diretor a cena perdeu um pouco, e pra mim faltou um vigor com relação ao corpo. Está faltando um ator que viajou e que volta na próxima semana. Espero que ele consiga nos acompanhar quando chegar. Bendito seja o dia em que um processo não tenha problemas com falta de ator!

Enfim
É um prazer muito grande estar entrando nesse processo com uma paixão intacta, e dizer que tenho certeza que eu quero agora pra minha vida, ainda mais estar voltando pro lado de gente que começou comigo na escola, como a Krishna, Kaká Carvalho (Karllana Carvalho hahah) e o Maurício que vai nos orientar na questão do figurino. Ainda tem as novas parcerias como o Rafael e a Gabi. Na verdade esse processo vai ser uma redescoberta, e uma descoberta de vidas que agora se encontram e voltam a se encontrar pelo teatro.

Agora é trabalho! ir atrás do corpo, da voz, da cuca, enfim do meu confuso e apaixonado "Dermont" que se parece tanto comigo que estou seriamente precisando me anular pra poder começar a inalá-lo.

sábado, 8 de agosto de 2009

Cena para um saco plástico

Tinha um gato no peito que miava e rasgava minha camisa. Um gato pilantra cujo maior divertimento era arranhar tudo, das cortinas aos sapatos, tudo em pedaços; eu gosto às vezes de pensar que era mentira, afinal, a essência dessa história é naturalmente mentirosa, quem acreditaria que gatos podem viver dentro de humanos? Pensar que é mentira faz com que eu me sinta num leve prazer, e reivindique a asma para justificar meus chiados felinos. A asma é uma doença que conta a trajetória do ar, ele entra grande nos pulmões e sai pequenininho, então existe a sensação de que não existe respiração, de que a morte é um sopro. A asma sem dúvida é a história do vento que entra tufão e sai brisa, e eu não sabia que as análises de cunho médico poderiam ser tão bonitas.

Mas se tratamos de gatos, vamos falar de gatos e não de bobagens. Quando eu falo de algo eu falo.

Falo desmedidamente.

A asma, entretanto, não pode ser descartada, porque também tem uma ligação intensa com a natureza dos gatos; eu, por exemplo, sofria de repentinas crises de asma ao entrar em contato com os sete gatos da minha prima. Todos os sete bichos traziam em si as sete etapas do sufocamento: o primeiro acendia uma coceira incômoda no nariz, o segundo era responsável pelas crises de espirro, o terceiro deixava meus olhos inflamados, o quarto começava a atiçar o afogamento interno, vedava minha garganta, hermeticamente. O quinto por sua vez tocava na parede dos pulmões, o sexto incendiava os brônquios, o sétimo e último era o alvo de toda a minha ira.


(...)

Os meninos da minha infância eram maus, colocavam gatos em sacos e jogavam-nos no meio da rua ou em algum rio; o que eu lembro é do grito terrível dos gatos aprisionados; lembro-me do som agudo de um desespero até então desconhecido pelos que vivem na infância.

O fim do gato que miava e rasgava minha camisa foi, da mesma forma, embalado por uma mágica expressividade sonora, ensurdecedora de todos os ouvidos. Já faz tanto tempo que nem me lembro do nome do bichano, nem de sua raça, nem de sua cor, era um desses que não se sabe bem o feitio, um desses que causam dúvida até nos mais comovidos veterinários. Mas esta merda é um gato ou uma porta? Ou um capacho? Ou um dilúvio?

Não sei, só sei que rasgou minha camisa.

O gato que miava e rasgava minha camisa está morto.

Foi que certa vez, no meu peito, tinha um rio e uma rua.



Texto de Paloma Amorim

(Esse texto ela me entregou no mesmo momento em que o Cléo chegou aqui em casa)


sábado, 1 de agosto de 2009

Corprocesso - rascunho

Quando eu fui procurar por aulas de corpo, sabia mais ou menos onde eu estava metendo meu nariz; e precisava, já era hora de de fato trabalhar o corpo, não ignorá-lo nem trabalhá-lo cegamente nos processos que estão vindo. Antes eu acreditava em "conhecer", mas conhecer a gente conhece desde que nasce, conhece no toque, na sensibilidade sexual de todo o tato. Eu realmente fui com o interesse de trabalhar o corpo pra cena, mexer com ele, marcá-lo pra sempre. Consegui. Estou indo, né? Os exercícios começaram por processo coreográfico (Não fui pra "aulas de corpo" como exercício de experimentação especificamente, mas uma oficina de dança ministrada pelo Danilo Bracchi - mas que depois foi se transformando naquilo que eu de fato queria)
Fiz a aula e fui convidado pra voltar e pra participar do novo processo de montagem da então nascente Cia de Investigação Cênica. Foi o ponto de partida pra começar a trabalhar -ainda instintivamente - o corpo na cena já com direcionamentos quanto à objetivos cênicos e dramatúrgicos. É muito difícil trabalhar com a linguagem corporal quando são colocados esses objetivos cênicos, por que pra quem ainda não domina essa linguagem, exprimir algo a partir dela é tão difícil quanto respirar. O processo está em andamento, na verdade preciso me concentrar mais nas minhas impressões...de vez em quando parece que eu não sei exprimir tudo.


O corpo é o grampo retorcido que vai abrir a porta pro resultado.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

365

Não sou triste muito menos sou só. De vez em quando ensombreço, por que existe o dia e a noite. Viver só em um ou em outro seria enlouquecedor, e eu tenho séria tendência nesse aspecto. Por isso eu me dobro pra re/aparecer de todos os lados possíveis do origami, e pra mim não existe não, impossível. Existe, eu até me sopro, mas admitir que é o lindo eu não quero nem vou. Quero borboletear. Até quando der e quando for.
Mas ele sabe que é nas duas velas que eu pouso, e até acendo se eu quiser ler. O mar não tem cabelos, mas em cima dele tem xampú.

terça-feira, 9 de junho de 2009

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Lucas

Do alto da idéia me vêm essa porra idéia
sim com cincunflexo: vêm: como viria o monumento.
meu amigo fabuloso, me joga pra cima, e me chama de panqueca!

domingo, 10 de maio de 2009

Minha vida muda todo mês. Tenho 12 vidas durante o ano, todas incompletas; essa é minha essência.

domingo, 26 de abril de 2009

Que saudades de mim!..correndo, fu e não indo atrás; saudades do próprio jeitinho meu de me propriamente negligenciar, dizendo assim, de uma forma apaixonantemente imbecil...

terça-feira, 31 de março de 2009

Ai!...que preguiça!

segunda-feira, 23 de março de 2009

Daisy (23/03/09)

Eu quero assim: todos entrando em na minha vida, um por um. Estou apaixonado por isso de verdade; um observador de vidas através da minha lente de paneiro. Dei três presentes pra Daisy: 3 Cd´s de música paraense, que ela gosta; o cantor favorito é o Nilson Chaves mas ela também gosta dos Beatles; coleciona vinis e gosta de antigüidades. Conversamos sobre a vida, pra nos conhecer um pouco, coisas rasas, mas que vão mais abaixo da areia da praia, na cerne do mar. Senti uma coisa diferente, um sentir respeito que eu quero ter por todas as pessoas do mundo sem me ferir. Consigo? Sei que isso sim me torna uma pessoa melhor (minha mãe é isso quando pode) apesar de todo o contexto me dizer o contrário. Não digo que vou ter uma relação de extrema cumplicidade e compadecimento com o mundo, ou mesmo que vou me tornar um grande amigo do mesmo: mas só tentar entender de onde vem essa(s) pessoa(s), por que ela(s) é/são assim, por que ela(s) é frito, por que gosta de música isso, por que ainda sofre por um corte, por que ela merece ser respeitada pelo que é, e por que eu também mereço isso?
Hoje foi dia de tentar aprender mais do que eu costumo aprender com livro.

sexta-feira, 20 de março de 2009

antes

Quando eu era pequeno me orgulhava de conseguir colocar o pé em cima da geladeira, que era pequena como eu. Pulava de cima da escada em cima dum bando de almofadas que eu e meu irmão colocávamos no chão. A escada era grande como um edifício, mas eu pulava. Não sei mais se pularia hoje, por que antes, dentro de mim, não tinha bolha de sabão, e eu caía de vez, sem flutuar. Já hoje acho que eu flutuaria por essa bolha e daria tempo de sentir medo, provavelmente por agora ter que pular só.

sábado, 14 de março de 2009

Como é bom ter amigos

Clarisse:
Para Icaro!
Béns Icaro!

Ê!

Enfim, sempre achei que tu e o Elton Sinimbu foram as duas pessoas mais importantes da minha vida, acho que é coisa do dia 13 mesmo.
Te amo até o caralho dizer "CHEGA! CHEGA CLARISSE DESSE AMOR!"

Enquanto as vezes tu ficas tristinho, com vontade de chorar, sente saudade e culpa, eu penso em como deve ser muito louco ser tu. Não queria ser tu só por que ser eu é indescritívelmente maravilhoso, :)
Mas se eu não poudesse ser eu, seria tu. Na verdade se eu tentaria ser a Aracélia e se não desse, seria tu SELADO.
caralho Icaro, te amo cara, é isso. Nem tem nada que eu fale pra te impressionar, só se tu não me conhecesse bem.
Acordei com uma vontade de fazer alguma coisa que faça a diferença no teu dia, mas porra, depois pensei: Tenho tanta dívida, pra que eu vou gastar dinheiro que eu suo na passarela pra ganhar?
Que valha a intenção.
As vezes eu queria mais intimidade do que isso, mas acho que aquele beijo na LUX foi o bastante, Ê."

sexta-feira, 13 de março de 2009

"Foi fazer no domingo um passeio no parque..."




Praça da República e Museu da UFPa

Esboço de cena

O jogo é criar uma cena, com base numa história contada pelo outro, em dupla, o porém é
que a história tem que ser recontada o mais teatralmente possível, com a nossa criação. Nos escolhemos Eu e Ivanilde, uma nova colega de curso, educadora, que trabalha com arte-educação e em projetos em comunidades carentes da cidade. Aí vai um esboço de cena porque eu tive um 'pir' agora, e não quero perder essa idéia. Me dêem sugestões!

(Cena ainda indefinida quanto à elementos cênicos e movimentação)

EU: Mãe da Ivanilde tinha oito filhos: Ivanilde, Gangorra, Cipó, Bracelete, Bromélia, Astúcia, Liturgia e Bondia. A mais velha é a Ivanilde, mas podem chamá-la de Nilde. Ela foi a única que nasceu na terra, os outros filhos nasceram todos de dentro do rio, entre o pixé e o encontro, dentro de um barco que viajava de vez em quando pra uma tribo chamada Pupunhaçú. O barco só desaportou sete vezes, e nas sete nasceram os 7 filhos da mãe da Nilde. A Nilde foi a única que nasceu na terra.

Esse foi o 'pir' só falta o 'limpimpim'!

quinta-feira, 12 de março de 2009

Diário de Bordas

Faltam 10 minutos pra um mal irreversível acontecer: o 20! Mudança de dígito!
(Mais calma impossível)

quinta-feira, 5 de março de 2009

- Desejo que você leia!!
C€atapumhgyuti$554$4545lk!

Diário parteprimeira de manhã (04/03/09)

Amanheci cedinho ontem, mamãe dormia mano dormia, usei a máquina computador, usei peniquinho, potinho, pazinha bem rapidash e me despedi de casa pra ir fazer exames de rotina num hospital do centro da cidade.Faz-se esses exames com jejum que é pra comida da gente não mexer com o doutor. Peguei o ônibus e dentro dele fui lendo o Macunaíma, O herói sem caráter - tava pra terminar mas não queria terminar, queria saber do final mas não queria que o final soubesse disso. Os livros tem sido engenhosos com a minha família: com alguns não querem nem se saber, e cuns outros fazem o que bem entendem. Fazem isso benzinho comigo - aí cheguei no hospital azul pavão de fome, tava até brilhando. Levei um pão de queijo no bolso pra me tentar o comer. Entrei e o atendente quis saber onde meu nomendereçidade, dei. Ele descobriu que esse ano meu aniversário é na mais uma sexta-feira treze e me encarnou. Dei meu cocô e xixi na mão dele pra não deixar barato. Fui e tirei sangue. Uma agulhona, mas não doeu. Até ri.
Saindo do hospital comi o pão de queijhmmm, gostosão. Ainda tava brocado. Na esquina tinha uma mulher que acho que sabe - tem gente de jejum andando por aqui! e vende uma tapioquinha bem fraquinha, ainda cara. Acabei na praça sentado num banco olhando, olhando esse pessoal correndo pra não chegar em lugar nenhum, hoje em dia é tudo assim...cansei de ver e tirei meu livro de dentro do buxo. Li mais umas partes mas ainda me distraía pra olhar pro pessoalzinho correndo pra não chegar em lugar nenhum. Gente engraçada. Voltei em livro, e admito que já desconfiava bem de fininho praonde é que esse boi ia. Ia terminar "no campo vasto do céu". Macunaíma virou Ursa Maior. Não te falei que eles fazem o que bem entendem!! Esse /mar_io_d_andradiiixx castigou meu peitinho. Palo, não vais fazer o desenho da minha tatuagem não? Falando em tatuagem, tatuei sem querer um projeto 'rena de salinas' na minha vida - que depois sem querer virou desenho definitivo, um esboço no peitodopé -. Ainda nem sei como se chama, mas eu chamei, já hoje, de 'Eu quero um corpanzil pra 2009'. O que foi isso? foi que tava na Escola de teatro falando com a Aninha, e ela assoprou em mim esses dizeres: o dizer b o dizer o o dizer r e o dizer a! eu fui, ela não foi. Fui e fiquei. Tava doido pra dançar faz tempo, mas é dançar que eu digo, não essas valsinhas que a gente dança tirando documentos e atravessando as ruas; todo mundo acha mas essas não são as perigosas, não. $ão essas as que matam, isso sim. E morrer nem é perigoso. Morrer é morrerescafeder. As perigosas de verdade verdadeira são as que te botam no forno inquisitório das idéias sambando bonito gritando ai ay. E esse queima e arde mais que fogueira santa. Deixa todo mundo estriquinado de querer fazer mais. Cheguei na casa da vovó. Papai tava lá, com mei urmão minhi taa e minho vá. Todo mundo tava lá e já tinham até almoçado, por que a cidade tava sendo completamente trânsito aí demorei pra chegar. cheguei Almocei e conversei, meu irmão na hora vivia rindo pro céu, e ele que tá certo. Eu também acho o céu lindo, e sempre olho de verdade. Pode perguntar pro Caio como eu sempre digo. Lá na biblioteca devolvi os livros, peguei Sertões mas acabei achando Retrato do artista quando jovem; e falando em Caio, caio. Caí! gosto e digo mesmo. Em uma escola de teatro contei a boa nova pra aninha, que me assoprou denovo esses dizeres: o dizer do b o dizer do o o dizer do r o dizer do a! Aí cheguei em casa e dormi, sonhei preciso da máquina de escrever, e esse final eu inventei. É meu eu faço o que eu quiser.

segunda-feira, 2 de março de 2009

coisa magia

Meu Gabirú, meu macunaíma! Que se vai pro lugar que'u queria estar. Vamos muito desconfiados, e todo mundo cisma que é doidice, urucubaca, coisa magia matutice dos que num param. Num é não, tão tudo errado. Bendito és por me manter os pés com chão, mamãe ralha, mamãe adoece! "Ai! que precuiça!..." todo mundo açoitado triste ralhando com o tu mundo, que isso ma gente? Deixa o gabirú sonhar!

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Queria dar um tapa na cara do mundo, mas hoje não, minhas luvas ainda estão sendo lavadas pelas idéias.

para quem quiser musicar

ta,tê,tu
ta,tê,tu

cistatê,tu
cistatê,tu

acistatê
acistatê
acistatê,tu
acistatê,tu

acistatê,tura
acistatê, tura
acistatevê,cultura

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Hoje acordei com vontade de escrever coisa bonita. Chega de saudade, chega de sossego!...pensar é a coisa mais bonita que existe. Ontem eu realmente visitei uma catedral, não dentro de mim, mas no centro da cidade. Foi importante, porque eu queria tirar uma dúvida: será que ela é mais bonita do que a que eu tenho dentro de mim? De fato é. Ouvi uma senhora dizendo que os lustres tinham sido trazidos de Veneza, as pilastras de Paris e o grande Órgão de Florença. Os vitrais vinham com os nomes das famílias mais importantes da cidade. É bonito? Agora me lembrando parece que não...encontrei em mim a lembrança das
Depois eu continuo, provavelmente nunca mais. Mas depois é sempre uma possibilidade. Nunca mais também.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Vestibular

Não passei, mas...por onde?

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Fevereiro

Tenho visitado catedrais à todo instante, entrando por cada porta procurando uma idéia ou uma lembrança; é disso que eu me alimento nesses dias de Fevereiro - que são incertos, tanto que quando bem entendem simplesmente escolhem o dia em que vão terminar. Eu sou tantos, e todos os desejos que se desfazem em mim mesmo que eu não me agüento mais, e quando as coisas começam a piorar é nessas catedrais que eu entro pra tentar capturar uma paz, assim como se capturam as borboletas: correr atrás da idéia ou da lembrança. Se sabe que não existe nada mais imbecil, e eu me canso de mim mesmo justamente por só conseguir achar uma dessas idéias ou lembranças...o que eu queria mesmo era achar uma incerteza, ser Fevereiro.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Rosa

Não pára de nascer gente pra gente amar!

Listinha de prioridades

- Agora, nessas próximas horas eu até que enfim vou refazer as fitas perdidas da Aninha, depois de quase 2 anos. (Tô muito feliz)
- Visitar minha avó
- Ver meus irmãos e meu pai
- Amar\Odeiar
- Fazer a transa
- Fazer a revenge
- Fazer a V de vendetta
- Ouvir mais Belle and Sebastian
- Ouvir mais conversas alheias
- Voltar a ler mais meus livros
- Não ficar triste por ler livros que não tem final e que tem mil continuações
- Decorar as letras das músicas do radiohead pra chorar com mais vontade no show sabendo o que eu estou cantando, mesmo sem entender o idioma inglês
- Arrumar dinheiro pra fazer minha tatuagem
- Me alistar no exército pela milésima vez
- Solicitar meus documentos que estão faltando pra matrícula da federal
- Passar na federal
- Voltar a escrever coisas decentes e indecentes, por que isso é MARVELOUS

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Mais um naufrágio...

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

(Vale a pena ler denovo)




ícaro gaya em três momentos que marcaram sua vida pra sempre.
(mentira, nada a ver, mas vale enfatizar que eu estava nos três momentos, por isso
foi tão importante pra ele)
essa foi a montagem mais cafona da minha vida.
e com certeza vai ser o parabéns mais ridículo do mundo:

eu queria mesmo ter o poder de abraçar curando tudo e todos, e principalmente o ícaro que sempre acreditou que sou uma boa garota capaz de fazer ele feliz, mal ele sabia que quando a gente ía pra coordenação por algum motivo besta que a tia madá inventava, eu sempre ficava lá na sala da eliana mais tempo reclamando do ícaro e que ele que era o mal caminho pra mim. ele me influenciava e me obrigava a fumar na sala, queimar as carteiras e humilhar os professores. ele gostava de inventar jogos mortais na aula do melém e a chave do mistério sempre tava no meu olho ou no dele pra gente poder ficar pensando como a gente se mataria e a gente sempre chegava à conclusão que nunca pegaríamos a chave por que eu não ía conseguir matar ele e nem ele à mim. ele tá entendendo tudo que to escrevendo aqui (eu espero), até porque com certeza só ele vai ler. sempre os dispintados na sala. quando tu não ías eu ficava sozinha roendo unha e totalmente anti-social. quando eu não ía ele dormia o dia inteiro, haha.
pois é ícaro, eu também quero um abraço da sapatão do churros e quero que ela venha de madrugada no caminhão dela ficar embaixo da minha cama.
eu nunca mais tinha escrito aqui. eu tenho trauma disso. ninguém lê, eu sempre acho uma merda e me sinto uma grande idiota. eu juro que essa é a última vez na minha vida que eu escrevo mais que três linhas, juro.
ah sim, parabéns ícaro. eu tenho certeza que a daqui a 30 anos a gente vai se encontrar na fila da montanha-russa de san francisco com nossos filhos.

Luiza em 13 de março de 2007

domingo, 25 de janeiro de 2009

Ouvo

lá vai eu vitelando
depois eu gemo
aí claro
depois casco e saio voando.

(Pro Caio)

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Madrugada

Como a gente vai estar daqui há algum tempo? Os mesmos. Sempre fomos pelo que eu me lembre. O corpo não, ele cai a cada passado. Já não ando pela cidade como se ela fosse um desenho num papel cartográfico demarcado pelos milímetros, centímetros e decímetros. Hoje a cidade em mim se faz em léguas e milhas, e até parece não ter mais rua que se dê pra caminhar. O calor me incomoda muito, ainda mais agora que não tenho com quem passear. Eu me lembro quando eu andava com quem eu encontrasse pela rua, acompanhava até em casa, esperava o pai chegar...eu gostava disso. Até hoje gosto. Hoje não sou mais o mesmo. Mas sou o mesmo por que me lembro, e sei que fui, por isso sou.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

"Pra que pernas se tenho asas pra voar?"

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

2 cigarros

Só tenho 2 cigarros pra escrever isso.
O primeiro cigarro é o do dia, no máximo ao finalzinho de tarde: bonito, ensolarado e calorento. Egoísmo, vaidade e vício jogados pra dentro dagente...sempre pra dentro. A fumaça que se solta pros outros é um pedaço do que veio pra dentro, um pedaço do que a gente acha do mundo, por isso já não é nosso, e não nos diz respeito. A fumaça é a penumbra sutil do caráter de cada um. O homem que trabalha solta fumaça fina, do que sobrou do dia, do que vai ser o dia; o homem de vida fácil solta fumaça frenética, charmosa, bem-humorada e que também tem um certo tipo de insegurança, e até de insensatez com ele próprio. Um até lamento. Enfim, como eu disse, fumaça não me diz respeito: é jogada pro mundo.

Esse primeiro é o cigarro da risada, do encontro, da espera do ônibus - quase sempre jogado ao chão pela metade, incompreendido, incompleto - do início de um pensamento, do devaneio rápido que dura no máximo 10 minutos: pensa-se na família, no trabalho, e até nos problemas do mundo, praqueles que ainda tem tempo, mas pensa-se principalmente do que vai ser. O que vai ser? O primeiro cigarro nunca é levado a sério... é quase desimportante. Dá a liga, o prazer, o baque com a calma que fumante só encontra no primeiro cigarro. Ele é sempre o da possibilidade, do 'vounumvou'. E depois que se fuma - que se fuma - nada importa, joga fora, como se fosse...sei lá...o primeiro cigarro.
O segundo significa lá no fundo um adeus: solene adeus pro pulmão, ou pra conversa fora jogada no bar. O último cigarro, no meu caso, o segundo, é a tentativa de tentar ficar mais um pouco, procurar nos bolsos a carteira, pra ver se sobrou o cigarro da sorte virado de cabeça pra baixo. Não. Não tem. É o último, e não vai mais ser fumado por ninguém. O último é o frio e solitário, da volta pra casa, da espera do ônibus, e esse, diferente do primeiro, pode esperar outro ônibus passar, quase nunca é jogado fora, por que o último também representa o desespero de que o tempo não volta, só corre pra frente. Tragos paranóicos pra dentro, procurando um devaneio, a esperança de que não acabe, de que seja novamente o primeiro...cigarro dos desiludidos. Acaba só no filtro. E o que se filtra desse momento? Nada. A espera pro outro dia, pro outro primeiro cigarro - que na verdade nunca mais vai ser o primeiro- mas sim o milésimo, o milionésimo: isso é vício e o meu infelizmente acabou: o meu, o nosso o de todos acabou. O último cigarro é uma saudade.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Há uma alma

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Divagar devagar com la globalización

O que eu queria agora era dançar um mambo muito do seu caliente! pra dançar de bund'fora num bairro russo no Zaire, ser preso numa boutique de luxo no subúrbio de Polinésia por roubar objetos cortantes imaginários de alta periculosidade. Cavar um túnel e sair na Caximira. Bombardear as pirâmides gateadas esquecidas de Eleanor Rigby. Não. Queria mesmo ser o motivo do conflito árabe-israelense pra poder relaxar. E ser por aproximadamente 0,3 segundos a crise mundial; impeanchemar o Obama e vender um carro usado pra poder enfim me mandar pra Recife,e lá sim eu ia poder escrever uma canção sobre a diáspora grega e voltar correndo pra Montevidéu onde eu teria um encontro-rapto com um telégrafo pra telegrafar o que o mundo todo sempre quis telegrafar: I'M PREGNANT!

Não vegar

Preciso de dor pra viver
preciso de dor mais do que de água

água salgada cortando q'nem faca
à toda a força de pompa à proa
à toa
dor soprando as velas como crinas coloridas

não impreciso de água
só sei sentir em frase, nada em prosa
só consigo em verso

e se converso na verdade não sei se prosa
só se pompa ou se proa
se navega ou se nalfraga

e planejar, será que eu possível?
será que está possível?
só é se dor, e se não for...ah...