quinta-feira, 5 de março de 2009

Diário parteprimeira de manhã (04/03/09)

Amanheci cedinho ontem, mamãe dormia mano dormia, usei a máquina computador, usei peniquinho, potinho, pazinha bem rapidash e me despedi de casa pra ir fazer exames de rotina num hospital do centro da cidade.Faz-se esses exames com jejum que é pra comida da gente não mexer com o doutor. Peguei o ônibus e dentro dele fui lendo o Macunaíma, O herói sem caráter - tava pra terminar mas não queria terminar, queria saber do final mas não queria que o final soubesse disso. Os livros tem sido engenhosos com a minha família: com alguns não querem nem se saber, e cuns outros fazem o que bem entendem. Fazem isso benzinho comigo - aí cheguei no hospital azul pavão de fome, tava até brilhando. Levei um pão de queijo no bolso pra me tentar o comer. Entrei e o atendente quis saber onde meu nomendereçidade, dei. Ele descobriu que esse ano meu aniversário é na mais uma sexta-feira treze e me encarnou. Dei meu cocô e xixi na mão dele pra não deixar barato. Fui e tirei sangue. Uma agulhona, mas não doeu. Até ri.
Saindo do hospital comi o pão de queijhmmm, gostosão. Ainda tava brocado. Na esquina tinha uma mulher que acho que sabe - tem gente de jejum andando por aqui! e vende uma tapioquinha bem fraquinha, ainda cara. Acabei na praça sentado num banco olhando, olhando esse pessoal correndo pra não chegar em lugar nenhum, hoje em dia é tudo assim...cansei de ver e tirei meu livro de dentro do buxo. Li mais umas partes mas ainda me distraía pra olhar pro pessoalzinho correndo pra não chegar em lugar nenhum. Gente engraçada. Voltei em livro, e admito que já desconfiava bem de fininho praonde é que esse boi ia. Ia terminar "no campo vasto do céu". Macunaíma virou Ursa Maior. Não te falei que eles fazem o que bem entendem!! Esse /mar_io_d_andradiiixx castigou meu peitinho. Palo, não vais fazer o desenho da minha tatuagem não? Falando em tatuagem, tatuei sem querer um projeto 'rena de salinas' na minha vida - que depois sem querer virou desenho definitivo, um esboço no peitodopé -. Ainda nem sei como se chama, mas eu chamei, já hoje, de 'Eu quero um corpanzil pra 2009'. O que foi isso? foi que tava na Escola de teatro falando com a Aninha, e ela assoprou em mim esses dizeres: o dizer b o dizer o o dizer r e o dizer a! eu fui, ela não foi. Fui e fiquei. Tava doido pra dançar faz tempo, mas é dançar que eu digo, não essas valsinhas que a gente dança tirando documentos e atravessando as ruas; todo mundo acha mas essas não são as perigosas, não. $ão essas as que matam, isso sim. E morrer nem é perigoso. Morrer é morrerescafeder. As perigosas de verdade verdadeira são as que te botam no forno inquisitório das idéias sambando bonito gritando ai ay. E esse queima e arde mais que fogueira santa. Deixa todo mundo estriquinado de querer fazer mais. Cheguei na casa da vovó. Papai tava lá, com mei urmão minhi taa e minho vá. Todo mundo tava lá e já tinham até almoçado, por que a cidade tava sendo completamente trânsito aí demorei pra chegar. cheguei Almocei e conversei, meu irmão na hora vivia rindo pro céu, e ele que tá certo. Eu também acho o céu lindo, e sempre olho de verdade. Pode perguntar pro Caio como eu sempre digo. Lá na biblioteca devolvi os livros, peguei Sertões mas acabei achando Retrato do artista quando jovem; e falando em Caio, caio. Caí! gosto e digo mesmo. Em uma escola de teatro contei a boa nova pra aninha, que me assoprou denovo esses dizeres: o dizer do b o dizer do o o dizer do r o dizer do a! Aí cheguei em casa e dormi, sonhei preciso da máquina de escrever, e esse final eu inventei. É meu eu faço o que eu quiser.

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