quinta-feira, 15 de maio de 2008

Sibila

O que há de mais certo e mais consumado do que uma profecia?
E quando se trata de Sibila, e quando se vem do mar, do vento, da embarcação Troiana chegando à praia Helena, a anunciação torna-se mais certa do que o próximo segundo. Este segundo. (Que ainda assim é duvidoso quanto a sua certeza e existência)
Para o aonde tu vais? Quando vai curvar a península itálica, como se curva o braço vencido? Ela sabe. E ao saber impulsiona o futuro trágico cuspindo-o pelo próprio palato. Não por que ela quer, ou acredita que isso seja plausível - ela sofre por trazer consigo a talvez desgraça, ou talvez aventura - mas por que assim lhe foi mandado, por quem ninguém sabe, mas assim acreditam todos.
Eu existo em alguém que é um pouco essa sacerdotisa, e tenho medo, pois da sua gôndola já cruzou o meu nome, e o nome de meio mundo conhecido; e se talvez for cuspido o trágico da chegada do mar à terra mais uma vez, certamente não há de ser sonhado o sonho da noite passada.

Um comentário:

Palo disse...

Nossa ícaro. você tá escrevendo cada vez melhor, teu blog tá muito cheio de coisinhas que me agradam, eu poderia colocar no meu armário e deixar lá guardado. saudades. te amo.