quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Parto de Semente

Eu sempre gostei de ver coisas nascendo: seja lá o que for nascer!
- Filho, saci, Planta, bicho, sol, diabo, planta, planta, planta, mato. (Acho planta mais interessante de se ver nascer, não é que nem a gente que cresce e vai ficando peludo e mal-criado, ela cresce rainha: só querendo fazer a fotossíntese dela lá no cantinho, fazendo mal pra ninguém. Lindo)

Um dia mamãe tava fazendo um purê de Abóbora aqui em casa. Hmmm...Chomp...Glurp. E como nós nos acostumamos a não jogar mais nada que seja resto de horti-fruti granjero (sempre quis usar isso em alguma coisa) no lixo, eu joguei as sementes da dita cuja num vasinho que antes tinha uma plantinha de Férias (Já conto a tragédia dessa) no meu quintal, que é na frente da minha casa, mas não parece jardim, então é quintal. Joguei por jogar, no solo mesmo. Sabe quando você joga assim como se desacreditasse de tudo? Pois é, joguei assim mesmo.

A Tragédia dessa

Tinha uma plantinha morando aqui em casa sem pagar aluguel, mas ela era tão simpática, mas tão simpática que a gente deixava ela ficar no vaso contanto que ela não parasse de rir nunca. E não parava mesmo, quer dizer...comecei a perceber que a luz das telhas transparentes estavam amarelando aquelas folhas simpáticas e frágeis. Eu quase podia ouvi-la me dizer: "Quero férias de sorrir!". Vá tirar, ué.
E levei ela pro quintal na frente de casa. Aos poucos ela foi se aborrecendo com as formigas que queriam morar nela e às vezes faziam tendas para noites nômades com suas folhas, também foi se estapeando com a chuva que ela não era acostumada a levar na cara, com a Mangueira que ficava em cima dela que volta e meia lançava suas folhas anciãs e caquéticas. "Ah, Não". E o sorriso ia desaparecendo. Mas era isso que ela queria: Férias de sorrir! Faz sentido não faz?
Passou dia, que passou dia...e já estavam acabando os dias de aborrecimento merecido da plantinha. Mas...como existes meninas corredeiras de quintal nessa casa, e pior, amigos de meninas corredeiras de quintal que também são corredeiros de quintal. Numa dessas corredeiras por aí, pisaram no vaso que virou de cabeça pra baixo. E cai terra, e cai formiga, e cai plantinha, e essa, até teve tempo de achar engraçadinho o seu jeito de fazer falecer, assim por molecagem, e rabiscou o último riso nos dentes. Foi triste. Depois virei o vaso de volta e a plantinha ficou por baixo, e agora deve estar lá aborrecida com as formigas. Fazer o que? Pelo menos tá ajudando a abóbora a crescer.

Depois eu conto o resto.

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